domingo, 11 de setembro de 2011

Seres

Ah se eu tivesse...


A mesma vontade de usar um vestido como tinha com 4 anos de idade, 
A solidão indolor com os livros e quebra-cabeças ao invés de bonecas,
O choro incessante pela bala de gelatina ou por não querer ir para a escola,
O beijo na testa antes de dormir, assim como os lençóis sendo dobrados e esticados.

E as causas...

Das manhãs debruçadas nas mesas e das risadas inocentemente impiedosas,
Das tardes jogando bola, assistindo televisão e lendo gibis,
Do leite com chocolate gelado acompanhado de bisnaguinha feita na chapa,
E as noites de ilusões gostosas, mesmo as tristezas instantâneas...
E o medo do escuro...


Das noites compulsivas, intensas e desconsertantes...
Já haviam se passado 19 anos...
As certezas incertas, das palavras já ditas e repetidas e novamente e mais uma vez.

É uma mistura de seres coexistentes.... do passado e do presente. 
O futuro não, pois esse ser é impossível de existir agora...

domingo, 10 de julho de 2011

a falta é proporcional ao tempo

É similar...

O presente é intenso, a falta borbulha,
O amanhã continua, a falta se assimila...
O ontem é saudade, a falta também.

A falta traz marcas, aquelas alegrias ou dores da mesma que um dia vieram,
Mas como o tempo passaram e as vezes voltam com as lembranças.
Podemos sim voltar no tempo...
Nas noites mal dormidas,
Nas dores,
Nas risadas,
Nos aconchegos,
Na dança,
No cabelo,
Na música,
Nas caídas dançantes,
Nos gritos,
Nas visitas,
Nas viagens,
Nas manhãs sonolentas...

Hoje. A falta vai. O sossego vem, e é como se tudo isso fosse tão rápido como veio.

E vai continuar vindo...
A falta não dói, a falta não é boa, a falta é a saudade...a falta se recorda.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Como vai...

Tudo vai... com intuito, sem caminho, com esforço, apressado, devagar... vai,
Vai, sem medo, justo e incluso.
Vai, precisando do ponto de partida, da ida... vai,
Vai, agora, sem demora, sem causa, por causa...vai.

Não para sem motivos, sem pontos...

domingo, 8 de maio de 2011

Paredes

Eu te chamo, você corresponde.

Eu aqui, você lá...
Pode vir...
Feche os olhos, estenda as mãos.

Milimetricamente perto de você, respiro.
Os fios de cabelo, o sorriso tímido e um simples toque no rosto.

-É, o toque leve no rosto, ganha-

Volta ao olhar baixo, mais perto, mais sonoro.
A voz é imperceptível, mas o significado é explosivo.
É uma competição leve, sutil... próxima.
E tudo vira....

Eu olho baixa...

Mais perto...

Mais...

domingo, 20 de março de 2011

Céu

É o mar inverso pintado de apaixonados...
Paixões cintilantes, pingos prateados,
Alguns correm e desejos explodem,
Voluptuosos e invejáveis, venha a mim abraço descontrolado.

É de vai e vêm, vêm e vai...
Você ri e eu ainda sonho que um dia posso conseguir.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Conquistando

Conquistei o que estava ao meu alcance, e na brisa da vida... o que eu não podia tocar também.

Em épocas passadas falar de amor era apenas equivalente ao momento e logo após: frases quebradas sem sentido.
Continuo falando de amor, mas, na força da palavra... posso afirmar que ela não quer dizer nada.

O amor é distribuído em sorrisos, em peles, em olhos, em bocas, em sonhos, em mãos dadas, em mãos trêmulas e suadas.
O amor é pedinte de ternura, de movimentos involuntários e de falas sem ensaios.
O amor é sussurrado.
O amor são caminhos com estradas floridas e cheias de bifurcações.
O amor é a sensação de um só corpo e de duas mentes sãs.

De copos de bebidas até noites mal dormidas, achar o amor é caso do acaso.
Achá-lo é ter oportunidade de conquistar o inacreditável.