quarta-feira, 24 de março de 2010

Nosso - (só nosso)

As marcas amassadas de suor e abraços,
A cama desarrumada e as risadas repentinas,
Brusca tomada de realidade quando o telefone toca,
Mas o tempo não estava normal, então nada estava dentro do foco.

Retomada para os olhos, que por favor, me diga que te fizeram registrar,
Registrar tudo o que podia estar escrito a fundo da alma, pois eu registrei.
Levanto e desfilo com uma taça fazendo você rir de como eu sou desastrada,
Tendo aquela sensação de que o mundo é nosso e que paredes são fronteiras de um mundo todo lá fora.

Mas sabemos que lá fora tem muito mais de nós e é nítido ao ver o quão melhor é descobri-lo juntos.
Ah querido, lados cruéis não combinam com você,
Te vejo como um profundo mar, com imensidões e paisagens perfeitas.

Deito novamente em seu peito e te sinto, como é bom te sentir.
E você sorri timidamente deixando o seu perfume no meu travesseiro.

Sozinha no mesmo lugar e você em outro...
Nada como agora esperar ansiosamente que o telefone toque novamente.


-Pude notar, é sempre assim...

domingo, 21 de março de 2010

O dia está lindo lá fora...

As vezes eu fico batendo na tecla do tempo, da sorte, do momento, da solidão, do desespero, da agonia, do surto e dos sussuros.
Mas é bem difícil alguém parar e ver o belo dia que está fazendo, mesmo chovendo, mesmo nublado. É fácil todo mundo saber que os problemas são gigantes, que a pressa sempre está presente e que os medos são infinitos. Quero olhar pra fora e ver que além de tudo isso eu posso mostrar que sou alguém melhor,que meras gotas escorridas tanto de olhos quanto de céus, podem lavar e carregar o que está em excesso.


É que no silêncio a vida me responde,
e explode o peito de verdades a serem ditas...
O mesmo silêncio se faz e se desfaz para que eu concorde comigo mesma,
E quantas sílabas tônicas não foram utilizadas com exatidão?
Mas, e dai? eu quero ver o dia lá fora.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Estrelas?

Andava ali...
Paradeiro? Pra que tê-lo?
Abismo? Pra que tentá-lo?
Sorrisos? Porque não multiplicá-los?

Andava lá...
Via pontos brilhantes que hipnotizavam... pareciam diamantes atraentes e ricos,
Disse com vida: "Aqui trago minha presença sem direção com uma cobertura de doces e intrigantes feitos".
Os pontos se ofuscavam e voltavam como memórias guardadas.

Andava em círculos...
E me jogava para sentir a distorção do que via e me via afundando naquela imensidão de pontos,
Ria, ria, ria, ria, ria, gargalhadas infinitas, gritava e estava sozinha.
Abria os olhos e chorava, as lágrimas já se confundiam como os tais diamantes e jurava que aquilo me tornaria algo igual à eles.

Sentia uma brisa tocando minha pele, como toques que já conhecia, como o clichê diz: "É como o vento, nós não vemos, mas sentimos e sabemos que existe".
E será que aquele toque também existia?
Olho os pontos e eles estão mais perto e até parecem saltitantes, me abraço, me comprimo e logo me solto como se fosse me libertar.

Não sabia em que direção me jogava para me inteirar,
Preferi ficar, preferi, prefiro e é o que vou preferir.


Pode me entender?







foto: www.flickr.com/photos/ericcoelho