domingo, 7 de fevereiro de 2010

Segundos reciclados

É em um espaço vago que pequenas aflições se juntam e ferem. Ela estava por lá, só estava por lá, quais eram as intenções? nenhuma. A flor que segurava forte se desfazia em cada segundo, em cada pétala caída, ela sabia que era o fim. Escutava sussurros, via a vela se transformando em nada, a chama estava acessa ainda, o que a tornava real.

Impossível não saber a hora exata da solidão, o fim pode ser todos os dias e o recomeço em segundos. A flor era temporal, as pétalas caídas também. A vela era temporal, a chama não.
Ela sabia que tinha a escuridão, mas o brilho vinha de outras frestas distantes, cada vez mais perto quando se sentia confiante e cada vez mais longínqua quando se fechava nos seus chamados.

Esperar não era o seu forte, intensidade era a palavra. Mas a contradição era sublime ao mostrar peças-chaves pro seu caminho. Ela era livre, o que lhe fazia feliz. Ela continua livre, o que a aprisionava, pois as respostas eram inúmeras pra cada pergunta. Enquanto isso a flor caia, a vela derretia, a solidão era um fato, as frestas eram mais brilhantes, o espaço que era vago agora se preenchia e a contradição permanecia.

São fases adicionais ou permanentes. O tempo poderia ser algo reciclável, fazer cada segundo se tornar mais perfeito do que o anterior ou menos angustiante.

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